terça-feira, 25 de maio de 2010


ENSEJO

Em cada área de nossas vidas plantamos sementes

Nas quais no decorrer do tempo

Hão de ser colhidas

Mas para que cresçam robustas e fortes

Não depende de sorte

Mas de quão bem serão regadas e nutridas

Um dia, plantamos uma semente

Esta veio germinar

E gerar uma árvore

Que a princípio presumia-se ser nitente e bela

Mas infelizmente

Tudo não passou de uma quimera

Nossa árvore cresceu,

Desenvolveu galhos, folhas...

Mas não como eu quisera

Embora em opacas cores,

Surgiram flores

Mas não como as da aquarela.

Em vez do tão almejado fruto

O seu ramo de pútrido

Ao chão caiu

E o canto dos pássaros

Sobre ela não mais se ouviu

Como toda semente

Não necessita de água somente

Tal planta que um dia veio crescer

Hoje está a esvaecer

Por não ter sido cuidada da maneira devida

Mas se ainda

Tens algum apreço por ela,

E tens o desejo de recuperá-la,

Está em tempo

Embora definhando-se e decaída

Tem sua raiz,

Está com vida;

Mas não te demores

Nem a deixes por muito tempo esquecida

Se no futuro quiseres vê-la produzir

Frutos sazonados e maduros,

Torno a repetir;

Te apresses!!!

Porque nenhuma raiz é eterna

Para que um dia não venha exaurir.




                                                                             Josemary Palmeira.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Em nossa casa, de nada adianta colocarmos cimento fresco nos buracos do chão para recebermos alguma visita, se ao fincar os pés, cedo eles afundarão!!

Josemary Palmeira.

DEFRAUDAÇÃO

Para sentirmos alguém presente em nossa vida

E termos a certeza da sua real importância

Necessário não é, nas palavras, sua constância

O toque, ânsia louca todo momento

Esse, a princípio pode nos trazer, alívio, prazer

Um momentâneo contentamento

Para o corpo, mas não p/ o coração

E por instantes, agimos quão insanos

Na busca da intensa realização

Na loucura de desejos profanos

E nosso indecoroso corpo aquece

Como chamas ardentes

Mas o frio em nosso coração é permanente

E cedo, nossa mente esquece

Tornando-nos nada mais

Que verdadeiros amentes

Sem nenhum desejo

De um possível reencontro,

Ou algum suspiro de saudade nos causa

Porque foi tão somente,

Mais uma lauda em nossas vidas que foi virada

E por algumas vezes

Tornamos a repetir a mesma busca

A alma ferida,

Um pouco de ungüento pede

E por não ser ouvida

Não consegue encontrar a cura

E o que aos nossos quiméricos olhos se inicia

Em nosso sincero coração, logo repudia e termina

Conseqüentemente encontramos

Receio, frustração,

Pensamentos oponentes

Aos anseios da alma e do coração

Sendo na verdade, de nossos sentimentos, uma defraudação

Resultados tão somente

De um efêmero “entorpecimento” da emoção.

Josemary Palmeira.



Beber as águas de tua fonte
Não mais me sinto segura
Não sei se nela a água se finda
Ou apenas se acumula
Mas tenho receio de ir mais adiante
Beber águas de amargura
Ou tal fonte um dia seque
Tornando-se em pedra seca e bruta.

Josemary Palmeira.

Chegou o momento
De me refugiar em minha caverna
Ainda não sei por quanto tempo
Porque só sairei dela
Depois que alguém provar
Que não me causará sofrimento
E que pelo meu amor anela.

Josemary Palmeira.

sábado, 1 de maio de 2010

Quando sinto desejo por provar uma comida que aos meus olhos é aprazível, cedo me esquivo, por temer que ela, cedo perca seu sabor ou queime meus lábios causando-me profunda dor!!

Josemary Palmeira.

SEPULTAMENTO



O sentimento quando dentro em nós morre

Sem nenhum receio

Cedo, devemos sepultá-lo

Do contrário, se muito for revirado

Seu mau cheiro as nossas narinas sobe

Deixando-nos assim, totalmente atordoados,

E nossa alma percorre

Ao ficarmos completamente contaminados

Não mais haverá quem nos “acorde”

Consequentemente, vai esvanecendo nosso físico

Até o nosso espírito chegar a morte!!!

                                                                                                  Josemary Palmeira.